Xiru Lautério "O PERSONAGEM MAIS BAGUAL DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS BRASILEIRAS"

30 de jul. de 2010

TRALALA



Andando pelo calçadão de Floripa, com Crespinha, sua filha Fernanda e minha sobrinha Mariana, numa tarde iluminada pelo sol, enquanto lá embaixo, no meu rio grande, chovia e fazia um frio danado, encontrei um velho conhecido, o Luciano, autor do fanzine TRALALA.

Grata “coincidência”, alegria espontânea. Reencontro com um amigo no calçadão de Florianópolis, por onde eu não cruzava há mais de 15 anos. Foi muito bom.
Luciano - LUCA LEICAM - como se assina, responsável pela “arte/organismo” do fanzine, está com os cabelos, como os meus, branqueados pela geada do tempo. Da última vez que nos vimos, ambos tínhamos vasta e negra cabeleira, a minha pelo menos, Luca tinha o cabelo mais claro, se não me engano. Que fazer? São os traços do tempo, que nos deixam marcas. Por outro lado esse passar, também pode nos deixar mais sábios...

LUCA panfleteava no calçadão, animado e incisivo, abordando os transeuntes oferecendo o TRALALA, fanzine que conheci aqui em Santa, ainda no século passado. Bravo Luciano, tu não perdeu a cisma e o ânimo! Continuas em luta quixotesca, peleando em prol das verdades, do sacudir as pessoas de seu marasmo e de sua inconsciência e insensibilidade.

TRALALA em sua sei lá que edição, mantém a mesma cara de quando o conheci aqui em Santa Maria, um fanzine reproduzido em “xeróquis” trazendo mensagens de apelo contundente, alertando, nesta edição para a extinção da humanidade, como diz a frase ao alto na capa: “MEUS PESAMES, ESTAMOS EM EXTINÇÃO”.

O conteúdo traz a PESQUISA DE CAMPO VIII e dois ótimos artigos, Patriarquismo, Civilização e as Origens do Gênero, por John Zerzan e O corpo e a revolta, por Massimo Passamani.

Bagual! Parabéns TRALALA!

Visite o site e se deleite: zinetralala.blogspot.com

24 de jul. de 2010

A poesia do Valério Rocha

Fim de noite.
Um escaler cruza o céu
conduzindo além
os náufragos
do amanhecer.


do livro: Curta Poesia

21 de jul. de 2010

Desenho do Wagner



Catei este no blog do Wager, ta demais né?
Tem mais lá, visitem: http://www.wagnerpassosblog.blogspot.com

15 de jul. de 2010

VIAGENS



O TOURO DOS PAMPAS E A DEUSA DO JACUÍ


Lendo nos jornais sobre a parada da balsa do Jacuí, lembrei de uma viagem que fiz em maio, passado, quando fui a Santa Cruz do Sul acompanhando minha prima, a arquiteta Rosane Moraes, que estava dando assessoria profissional em uma obra daquela cidade.

Feito o serviço, no final da tarde retornamos para Santa Maria e no caminho decidimos não tomar o desvio, rumando diretamente para a balsa, instalada no rio Jacuí para operar a travessia dos viajantes que antes utilizavam naquele local uma ponte, recentemente levada pela fúria das águas, arrastando consigo algumas vidas humanas.
Soube que a maioria dos viajantes procura evitar a balsa, por causa das longas filas de espera que se formam. Ouvi falar que em certas ocasiões a fila torna-se tão grande que os viajantes têm que esperar longas horas aguardando para embarcar. Um transtorno chato, para qualquer um, apressado ou não.
Pela manhã, na ida para Santa Cruz, evitamos esse possível transtorno, tomando o “desvio”, como é chamada a rota alternativa, que cruza pela quarta colônia. É um belo trajeto, totalmente asfaltado, que passa por lindas e pitorescas paisagens, vale a pena tomá-lo.
Enfim, curiosos, na volta resolvemos conhecer a “Deusa do Jacuí”, sugestivo nome da balsa e lá fomos nós.
Depois de pequeno transtorno, devido à má sinalização na estrada, em que fomos parar no canteiro de obras da empresa que esta construindo a nova ponte sobre o rio, chegamos finalmente ao acesso à balsa.
Para nossa surpresa, não havia fila e logo embarcamos orientados por um funcionário que nos sugeriu tomar a esquerda e estacionar atrás de um automóvel passeio.

Sensação estranha me invadiu, já havia anoitecido e estávamos ali, sobre uma balsa, para varar o rio. Era como se tivéssemos voltado no tempo, até época em que esse era um dos meios obrigatórios para vadear o rio.
Havia várias pessoas sobre o piso da balsa, passageiros que como nós, estavam curiosos com aquela experiência e que haviam desembarcado de seus automóveis para observar, trocar comentários e fotografar, acionando seus celulares e máquinas digitais.
À direita, na margem, observei um rebocador aportado e a esquerda, preso a balsa por uma espécie de cambão de ferro, havia outro. Compreendi que essas embarcações faziam o trabalho de condução da balsa, de um lado ao outro do rio. Enquanto uma trabalha, a outra fica de reserva, assim o serviço não corre o risco de interrupção em caso de pane no rebocador.

Serviço profissional aquele, apesar do sistema antigo, milenar diria. Isso era perceptível observando a segurança e naturalidade com que aqueles homens que trabalhavam ali, exerciam suas funções. E não poderia ser diferente, dada a responsabilidade da tarefa de vadear automóveis e caminhões carregados de pessoas e mercadorias, de um lado ao outro do rio. Certamente a operação dos rebocadores e a condução da balsa exigem experiência e habilitação. Senti isso naquele momento, e percebi que todos nós, curiosos viajantes, naquele instante já não éramos mais somente passageiros de nossos automóveis. Fazíamos parte de uma outra viagem e estávamos a bordo de outra embarcação, que por sua vez, estava embarcada em um sistema viário, supervisionado pela própria Marinha do Brasil. Tchê loco! Coisa importante! Me senti em segurança...

O potente motor do rebocador roncou grosso, alertando a todos que chegara a hora de entrar em seus veículos e se preparar para a travessia. O piloto, demonstrando habilidade em seu ofício, movimentou o rebocador, encostando-o na balsa e empurrando-a em direção ao outro lado do rio. Percorremos pequena distância e logo estávamos na outra margem onde, ao contrário de nós, longa fila de veículos aguardava para cruzar na direção inversa.

Quando a embarcação encostou-se ao outro lado, um trator de esteira estendeu terra e pedregulho sobre sua ponte, parte por onde os veículos embarcam e desembarcam, eliminando assim, de maneira simples e prática, possíveis vãos ou degraus, que pudessem se tornar obstáculo para o acesso.

Desembarquei com uma sensação curiosa, de viajante que vivenciou nova experiência, embora passando por um caminho conhecido e muitas vezes percorrido, mas desta vez, de uma forma diferente. A lembrança mais instigante que me ficou dessa experiência, foi quando li escrito na lateral do valente barco rebocador que conduz a Deusa do Jacuí de um lado ao outro do rio o nome: “Touro dos Pampas”.


byrata@hotmail.com

Paulo Moura




Paulo Moura, em homenagem póstuma pelo cartunista Eduardo Simch.
Visite o blog: www.esimch.blogspot.com

13 de jul. de 2010

DIA MUNDIAL DO ROCK - VISITE!




Exposição permanece no Royal Shopping em Santa Maria.

Dia mundial do Rock




HQ de Rafael Corrêa
Visite o sitio do Rafael: www.rafaelcartum.blogspot.com

12 de jul. de 2010

Harvey Pekar subiu!









Harvey Pekar (Cleveland, 8 de Outubro de 1939 - 12 de Julho de 2010) é o autor da série de banda desenhada autobiográfica American Splendor.

Harvey Pekar foi um dos primeiros escritores a acreditar que a vida real poderia ser uma fonte para histórias em quadrinhos, tradicionalmente povoada por aventuras fantásticas. Ele começou sua série em 1976, enquanto trabalhava como arquivista no hospital da Administração dos Veteranos em Cleveland, Ohio. Incapaz de desenhar, ele chamou seu já famoso amigo Robert Crumb (que conhecera antes dele se tornar uma lenda dos quadrinhos alternativos) para ajudá-lo a criar a série, baseada na própria vida de Pekar. Além de Crumb, outros artistas viriam a trabalhar com Pekar, incluindo Gary Dumm, Frank Stack, Dean Hapsiel, Kevin Brown e Joe Zabel.
De um modo geral, os quadrinhos apresentavam fatos tragi-cômicos em volta dos problemas mundanos e as frustrações da vida cotidiana, adaptados da forma mais precisa possível para os quadrinhos. Pekar tende a documentar os fatos, sem interpretá-los profundamente. Outras pessoas de seu círculo social apareceriam nas histórias, como seu colega de trabalho Toby Radloff, que tem Síndrome de Asperger, que ocupa seu tempo livre com vários projetos, incluindo uma série de computadores baratos.
O tom de realidade ajudou a humanizar o conceito de quadrinhos dentro do underground. A série se tornou cult e ganhou notoriedade, especialmente quando Pekar passou a ser um convidado constante no talk show de David Letterman.
Pekar viria a ter câncer, e sua conturbada e bem-sucedida batalha foi retratada na graphic novel Our Cancer Year, que teve sua esposa Joyce Brabner como co-autora, conforme mostrado no filme.
American Splendor ainda é editada, agora sob o selo Vertigo, da DC Comics.


Adaptações teatrais


American Splendor foi adaptada para o teatro. A primeira adaptação teve início em 1987 no Arena Stage em Washington, adaptada por Lloyd Rose e dirigida por James C. Nicola.
A segunda durou de setembro de 1990 até setembro de 1991, apresentada no Holywood's Theatre em Los Angeles, adaptada e dirigida por Vince Waldron, estrelando Dan Castellaneta como Harvey. Essa adaptação é mencionada na versão para cinema de American Splendor.


Filme


Em 2003, uma adaptação cinematográfica estrelando Paul Giamatti como Pekar e Hope Davis como sua esposa ganhou alto sucesso entre a critíca e fez sucesso no Sundance Film Festival, além de ter ganho o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado da Writer's Guild Of America. Foi escrito e dirigido pelos documentaristas Shari Springer Berman e Robert Pulcini. Foi totalmente filmado em Cleveland e Lakewood, em Ohio. Os atores caracterizados aparecem junto com as pessoas reais que interpretam.

Fonte: Wiki

Vem frio aí...



...melhor abrir um vinho...


Bico de pena com aguada de nanquim, Santa Maria/ 2004.

9 de jul. de 2010

Manohead




A MATAMORFOSE KAFKIANA DE BRUNO

Charge de Fabrício "MANOHEAD" Rodrigues Garcia
Grande Cartunista e Ilustrador brasileiro, nascido e criado na bela e inspiradora Garopaba - SC.

Faça um passeio divertido em seu sitio: www.manohead.com

8 de jul. de 2010

Divulgando


ASSOCIAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS DE SANTA MARIA

CONVIDA
MOSTRA TEMÁTICA:

“SUSTENTABILIDADE”


ENTREGA DOS TROFÉUS DESTAQUE


Monet Plaza Shopping – Sala 80 - 15 de Julho de 2010 – 20 Horas

Apoio: Secretaria do Município de Cultura – MASM – Monet Plaza Shopping

7 de jul. de 2010

VEM AÍ!

Ladeira a baixo


Pois diz o ditado que pra baixo tudo que é santo ajuda ...

E foi o que vi: carrinhos a mil, Serafim a baixo, cada um mais esquisito que o outro, formas estranhas e criativas, nascidas da mente fértil de alguns estudantes do Desenho Industrial, estimulados pela mente não menos criativa do Máucio.

A coisa foi assim: aos sábados á tarde recebo em minha casa, uns alunos/colegas de desenho. Reunimos-nos para aprender, desenhar e trocar idéias e experiências.

No último sábado propus irmos conhecer um projeto que havia anunciado no blog. Falei pros mais jovens do meu grupo que era uma boa oportunidade pra quem gosta de desenhar, conhecer um trabalho de acadêmicos do Design da UFSM, futuros desenhistas do Brasil.

Falei pra eles que nós, desenhistas, somos semideuses. Ficaram com os olhos arregalados, dava pra ler nos balõezinhos de seus pensamentos: pirou! Surtou!

Viram que não, quando argumentei que assim como o homem e todas as coisas foram criadas por Deus, todas as coisas criadas pelo homem passaram pela mente, cabeça, braço e mão de um desenhista, nada escapou! Desde uma cadeira, um grampo, um cotonete, uma maçaneta, um maçarico, uma vuvuzela... Tudo, tudo!

Apanhei um celular e mostrei a eles: tão vendo este aparelho? Foi um desenhista quem criou, pelo menos sua forma exterior. E a buchada também... Os componentes internos foram ordenados por um desenhista/engenheiro/inventor. Falei mais, muito mais, sobre a presença do desenhista a vida do homem, no dia-a-dia, etecétera e tal...

Bueno, pelo jeito fui convincente, logo estávamos subindo a Treze (de maio), sob um sol de verão de julho, em direção a Rio Branco. Descemos a dita até a Daudt, atravessamos a Floriano até Dna. Luiza e dobramos a direita, descendo mais ainda, depois subimos até a Ernesto Beck e dobramos a esquerda, depois à esquerda novamente, tomando a Amélia Rodrigues e subimos uns 50 m, até aonde termina a Serafim Valandro. Nesse ponto o trânsito estava interrompido, sem problema para nós, pois andávamos a pé. Entramos na Valandro em seu início, uma curva, aí nos deparamos com os carrinhos que nesse ponto vinham em alta velocidade, embalados pelo forte declive.

Foi um impacto, uma experiência incomum. Confesso que bateu fundo, mexeu com o piá, dentro de mim. Meus companheiros de caminhada sentiram algo semelhante, acho.

Havia carros em formatos de lápis, de bolo, de banana, navio (Pérola Negra), anjo, palhaço morto, recém casados, nave, Dick Vigarista, tetris, busão, bolo, lego e 14 bis (os nomes foram identificados pelo Jorginho, um dos meus colegas/aluno e também meu afilhado).

Ficamos ali, olhando o espetáculo, encantados com a visão surreal de uma atividade comum, mas em outras épocas de nossa história, se bem que não tão elaborada quanto agora, neste resgate cultural/folclórico/histórico/pedagógico.

Foi bom demais, valeu o sábado, o domingo e a segunda-feira.

Parabéns Máucio e alunos do DI da UFSM!

Até más!

Byrata













1 de jul. de 2010

Garça branca
















A natureza se exibe em toda sua graça, ha menos de 10 minutos de carro, do centro de Santa Maria, como é possível ver, nesse bela foto do Bica Beltrame, às margens da barragem do DNOS, em Santa Maria.
Da pra ir até a pé, numa saudável caminhada de meia hora.

Até parece mentira...

SUBJETOS

Pois fui conferir a vernissage do Máucio.

Quando cheguei batia água e não pude evitar, molhei o pelo e o paletó. Tranqüilo, não sou de açúcar, logo estava no abrigo seguro da Sala Iberê Camargo.

Dava gosto de ver a presença do público. O local estava cheio de artistas, filhotes de artistas, repórteres e até políticos, entre eles o prefeito Cezar Schirmer e o vereador João Carlos Maciel. Lá estavam também, citando apenas alguns nomes que me recordo: a Secretária de Cultura Iara Druzian, Candinho e Ângela, Tânia Lopes, Sandra e Cyro Knackfuss, Ciria Moro, Dinara Valadão, Lisianne, Roosi e Homero, Graça Garcia, Vani Folleto, Carmem Ligia Schimitz, Amoretti e Nelson Ramão e Vilceu Godói da TV SANTA MARIA.

Inesquecível e marcante, também a presença do maestro Setembrino, com seu sax maravilhoso e sua inseparável companheira!

É isso aí! Temos que prestigiar o trabalho dos artistas desta nossa “Cidade Cultura”.


A arte do artista


Pois é sabido e constatado que o Maucio, quando some, só pode estar fazendo arte.

Dito e feito, lá estavam 35 trabalhos, se não me falha a memória, organizados ao longo das paredes e painéis, expostos com o maior critério, característica do Máucio, como todos que lhe conhecem sabem. É tudo cuidado nos mínimos detalhes e não faltou nada, desde a perfeita recepção das gurias da Chili, até ao atendimento impecável dos garçons. Me deliciei com o vinho, claro, sem passar da conta, afinal estava em ambiente chic e comportado.

Bobageiras a parte (de minha parte), o trabalho é surpreendente, pela proposta e criatividade.

Maucio usou materiais “simplórios” (palavras suas), para dizer e fazer arte, reeditando sob outro viés, sua exposição anterior, intitulada a Estética das Massas.

Impossível não observar que na apresentação do artista plástico Maucio, sempre se manifesta o cartunista.

SUBJETOS é uma “montagem” que mostra a arte na sua forma plástica, sem perder a leveza e o bom humor. Encantou não só o público adulto, mas especialmente o público infantil.


Parabéns Máucio, gostei!